Considerada uma das bebidas mais consumidas no mundo ao longo dos últimos séculos, não é estranho dizer que existem vários mitos sobre vinhos. Mesmo hoje em dia, com o fácil acesso às informações dessa área, ainda há muitas afirmações equivocadas sobre a produção, o consumo e o armazenamento de vinhos.
Para desmistificar alguns deles, reunimos aqui uma lista com 6 mitos que você precisa esquecer e observações verdadeiras que te ajudarão a apreciar melhor os rótulos.
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Mitos sobre vinhos: Os caros são os melhores
Que os vinhos com um custo elevado na maioria das vezes tem um nível superior é fato, mas muito se engana quem acredita que o valor do rótulo é essencial para que o vinho tenha qualidade.
Hoje em dia, existem vinhos com preços acessíveis que aparecem nas listas de melhores do ano com uma certa frequência. Isso ocorre, pois, o modo de elaborar os vinhos e a safra são fatores que influenciam no valor da garrafa, mas nem sempre indicam qualidade.
Países como Brasil, Chile e Argentina são alguns dos que oferecem garrafas com um excelente custo-benefício. Na hora da escolha, é recomendado buscar por marcas que tenham respeito no mercado ou arriscar em rótulos produzidos com boas uvas, cultivadas em regiões não tão tradicionais.
Além de, claro, levar em consideração o individualismo do paladar de cada pessoa, quais são as preferências e o momento em que o vinho será degustado. Talvez a opção mais cara não agrade o seu paladar, ou seja, buscar pelo maior preço não é uma garantia de que aquele rótulo será a melhor opção para você.
Mitos sobre vinhos: Quanto mais antigos, mais saborosos
É comum ouvir pessoas relacionando vinhos mais velhos com mais saborosos, mas você sabia que pouquíssimos exemplares conseguem resistir mais de sete anos após ser produzido?
Isso se dá porque o oxigênio que entra pelos poros da rolha de cortiça, quando fica muito tempo em contato com o líquido, favorece a micro-oxigenação provocando a oxidação da bebida, ou seja, prejudica o aroma e sabor.
É por isso que especialistas recomendam que uma garrafa de vinho deve ser totalmente consumida após ter sido aberta. Se armazenada em geladeira, provavelmente o aroma e o sabor, que são as características organolépticas, serão afetadas.
Uma opção para armazenamento da bebida é usar uma bomba de vácuo, prolongando sua duração por mais alguns dias. Sobre as datas de validade nos rótulos, elas são normalmente disponibilizadas pelas vinícolas.
Ao comprar garrafas no supermercado, os especialistas recomendam sempre optar pelas garrafas mais novas disponíveis, por exemplo. Isso acontece porque há uma rotatividade grande, assim que a safra é repassada ao estabelecimento é considerado que ela está no melhor momento para consumo.
Mitos sobre vinhos: O vinho branco é produzido com uvas-brancas
Essa com certeza você já escutou por aí, né?! Mas, é mais um mito! Muito se engana quem acredita que a cor da uva que define qual será a tonalidade do vinho. Apesar da casca, o miolo da fruta é da mesma cor, ou seja, é possível obter um vinho branco de uvas escuras/tintas.
Um exemplo desses casos é os espumantes brancos que levam Pinot Noir na composição. Eles preservam a coloração clara, pois não tem contato com a casca da fruta no processo de fermentação.
Existem também algumas uvas, como a Alicante Bouschet, que possui cor na casca e na polpa, essas espécies são chamadas uvas tintórias.
Vale ressaltar que o contrário não pode ser feito, afinal, é impossível produzir vinhos tintos com uvas-brancas já que não há coloração na casca.
Espumante e Champagne são sinônimos
Quantas vezes você já ouviu uma pessoa chamar qualquer espumante de Champagne? Isso é muito comum, principalmente aqui no Brasil, mas não passa de um grande mal-entendido.
Espumantes são brancos ou rosés que passam por dois processos de fermentação. Atualmente, no mercado, existe uma grande variedade dessa bebida. Os rótulos são elaborados com uvas variadas e de diferentes formas, resultando em diferentes opções de produtos para todos os gostos.
Mas, o correto é que sejam chamados de Champagne apenas os espumantes produzidos na região que possui esse nome, na França. A elaboração desse produto é regulada: deve ser feita especificamente naquela região, seguindo métodos específicos e a partir das uvas Chardonnay, Pinot Meunier e Pinot Noir.
Mitos sobre vinhos: Vinho rosé é feito com sobras de vinhos tintos
Por muito tempo essa bebida sofreu muito preconceito por conta desse mito, pessoas alegavam que o rosé era uma mistura de restos de vinhos tintos de baixa qualidade com uma dose de vinho branco, quando, na verdade, existem excelentes produtores especializados na produção de vinhos e espumantes rosés.
Os vinhos rosés podem ser elaborados de várias formas, uma delas é o blend ou assemblage, feita a partir da combinação cuidadosa do vinho tinto com o branco visando chegar numa perfeita harmonia. Desse modo, são feitos os famosos espumantes rosados da região de Champagne.
Outra forma de produzir essas bebidas é realizando a maceração curta do vinho. Para quem não sabe, o tempo de maceração é responsável por definir a cor do líquido final, ou seja, quanto mais tempo o mosto permanece com as partes sólidas, mas “escura” fica a bebida.
Para chegar à tonalidade do rosé, o período de contato com a casca das uvas tintas é de algumas horas, apenas o suficiente para imprimir no suco a cor delicada característica.
Mitos sobre vinhos: Os bons vinhos possuem rolha de cortiça
Por ser capaz de manter a garrafa hermeticamente lacrada, a rolha é frequentemente associada à qualidade do vinho. Isso porque, a bebida fica mais protegida da ação do oxigênio que, como mencionado anteriormente, causa a oxidação da bebida.
O screw cap, tampa produzida em alumínio e revestida por uma camada protetora para evitar o contato direto do metal, é muito comum nos vinhos do novo mundo. Geralmente é utilizada para reduzir o custo de produção por que é mais barata que a rolha de cortiça.
Atualmente, além do custo, os produtores optam por screw caps em rótulos que serão consumidos mais rápido e cortiça em vinhos de guarda.
Essa questão não tem mais relação com a qualidade do vinho, mas com o estilo. O próprio produtor decide qual será a melhor forma de vedação para o vinho, com base em análises técnicas.
Sempre é bom lembrar que, não será a forma que a embalagem será fechada que demonstrará a qualidade do vinho, mas sim o cuidado da produção, o aroma e o sabor da uva.
Ter conhecimento sobre o universo dos vinhos não é essencial para apreciar uma bebida, mas saber um pouco mais sobre os fatos acima contribui para que você faça melhores escolhas e tenha melhores experiências com a bebida.
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